31 de ago. de 2011

QUINTAL

(RÉPLICA POR JULENI ANDRADE ) 30 AGOSTO 2011

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pequenino pessegueiro,
- enfeitando meu querido terreiro,
florescendo como em terras chinesas-
jamais teria olhos para outras formosuras.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um perene amor-agarradinho,
-subindo no muro da frente,
sempre cheio de flores românticas-
jamais teria olhos para outra atmosfera.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pé de pecaminosa pimenta,
- que fizesse arder com gosto
e trouxesse aroma ao jantar-
jamais teria olhos para outro sacrilégio.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um glamoroso pé de ipê,
- que florescesse na cor roxa
ou, talvez em intenso amarelo –
jamais teria olhos para outros desejos.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um saudável e grande abacateiro,
- que produzisse com todo o viço
os belos frutos para minha mesa-
jamais teria olhos para outra cobiça.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pé de angelim vermelho,
-frondoso e muito bem alentado,
majestoso com se deve ser-
jamais teria olhos para outro jardim.

Se eu tivesse aqui no quintal,
alguns belíssimos girassóis,
- que encantam e são singulares,
mesmo que no extremo plural-
jamais teria olhos para além das cercas.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um bom canteiro de hortelãs.
- que trouxesse frescor sem igual,
o cheiro das agradáveis sensações-
jamais teria olhos para terreno alheio.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pé de alfazema bem florido,
- com perfume bem natural,
de deixar a gente feito menino -
jamais teria olhos para outras poções.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um limoeiro dos bem graúdos
- daqueles de fazer inveja aos céus,
de onde retirasse a vitamina diária-
jamais teria olhos para outros verdes.

Se eu tivesse aqui no quintal,
uns pés de trevos da sorte
- tenros e cheios de boas novas,
como o anúncio de dádivas-
jamais teria olhos para outros trifólios

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