31 de ago. de 2011

POESIA EM TRIO...

BOM ACHO QUE É PRECISO EXPLICAR UM COISA:
AS 3 ULTIMAS POSTAGENS FAZEM PARTE DE UMA IDEIA DO PAULO MAC INTYER, UM AMIGO DE SÃO PAULO QUE GOSTA DE ESCREVER TAMBÉM...
ELE ESCREVEU A POESIA QUINTAL E PROPÔS A JULENI ANDRADE, UMA AMIGA DELE, PRA FAZER UMA OUTRA POESIA EM CONTRAPONTO COM A DELE, O QUE FEZ COM PRIMOR.
CONVERSANDO COM O PAULO NO MSN, ELE ME CONVIDOU PRA PARTICIPAR DESSA NOVIDADE .. EU ACEITEI FIZ TAMBÉM UMA POESIA FECHANDO NOSSA "TRILOGIA" (RSRRRS).. OU SERIA "TRIPOESIA"?
ACHEI BEM LEGAL O TRABALHO E RESOLVI MOSTRAR PRA VOCÊS AQUI NO NOSSO BLOG...
ESPERO QUE GOSTEM...
ALIÁS VOCÊ TAMBÉM NÃO QUER PARTICIPAR?
ESCREVA UMA POESIA NO MESMO ESTILO COM O TEMA QUINTAL...
E MANDE PRA MIM...  ESTOU ESPERANDO...
UM BEIJO PRA VOCÊS
 REGINA

QUINTAL

PAULO MAC INTYER 25 AGO 2011

Tivesse eu no meu quintal,
um pequenino pé de rosas,
- que poderiam ser vermelhas,
amarelas, brancas ou rosáceas-,
jamais iria olhar as rosas vizinhas.

Tivesse eu no meu quintal,
uma arvore de mangueira,
- espada, coquinho, manteiga,
rosa, adden ou até bourbon -,
jamais iria provar manga outra.

Tivesse eu no meu quintal
um pequeno pé de laranja,
- que poderia ser lima, pérsia,
pêra, seleta, bahia ou bahiana-,
jamais chuparia laranja do mercado.

Tivesse eu no meu quintal,
uns poucos pés de eucalipto
- altos como se usassem salto,
e com sua melodia advinda do vento,
jamais iria ouvir outra musica.

Tivesse eu no meu quintal
um enorme pé tamarindeiro,
- por mais azedo ki fosse,
mesmo não usando todo dia -,
jamais ousaria comprar tamarindo.

Tivesse eu no meu quintal,
um pequeno coqueiro anão,
- mesmo que sua produção
fosse fraca, pouco por semana,
jamais comeria outro coco
( mesmo ki fosse na praia ).

Tivesse eu no meu quintal
uma enorme jabuticabeira,
- as frutas agarradas na arvore
sempre dando o ano inteiro-,
jamais queria saber de outra.

Tivesse eu no meu quintal
uma garantida trepadeira
- poderia ter ou não espinhos,
mas sempre a dar flores -,
jamais pensaria noutra trepadeira.

Tivesse eu no meu quintal
um arbusto de sândalo,
- que perfuma o machado
que o fere, por inteiro -,
jamais me seduziria poutro cheiro.

Tivesse eu no meu quintal
dois frondosos jequitibás-rosa
- onde colocaria minha rede
de cochilar gostoso a tarde -,
jamais procuraria outro aconchego.



PAULO MAC INTYER 25 AGO 2.011

QUINTAL

(RÉPLICA POR JULENI ANDRADE ) 30 AGOSTO 2011

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pequenino pessegueiro,
- enfeitando meu querido terreiro,
florescendo como em terras chinesas-
jamais teria olhos para outras formosuras.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um perene amor-agarradinho,
-subindo no muro da frente,
sempre cheio de flores românticas-
jamais teria olhos para outra atmosfera.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pé de pecaminosa pimenta,
- que fizesse arder com gosto
e trouxesse aroma ao jantar-
jamais teria olhos para outro sacrilégio.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um glamoroso pé de ipê,
- que florescesse na cor roxa
ou, talvez em intenso amarelo –
jamais teria olhos para outros desejos.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um saudável e grande abacateiro,
- que produzisse com todo o viço
os belos frutos para minha mesa-
jamais teria olhos para outra cobiça.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pé de angelim vermelho,
-frondoso e muito bem alentado,
majestoso com se deve ser-
jamais teria olhos para outro jardim.

Se eu tivesse aqui no quintal,
alguns belíssimos girassóis,
- que encantam e são singulares,
mesmo que no extremo plural-
jamais teria olhos para além das cercas.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um bom canteiro de hortelãs.
- que trouxesse frescor sem igual,
o cheiro das agradáveis sensações-
jamais teria olhos para terreno alheio.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um pé de alfazema bem florido,
- com perfume bem natural,
de deixar a gente feito menino -
jamais teria olhos para outras poções.

Se eu tivesse aqui no quintal,
um limoeiro dos bem graúdos
- daqueles de fazer inveja aos céus,
de onde retirasse a vitamina diária-
jamais teria olhos para outros verdes.

Se eu tivesse aqui no quintal,
uns pés de trevos da sorte
- tenros e cheios de boas novas,
como o anúncio de dádivas-
jamais teria olhos para outros trifólios

QUINTAL

TRÉPLICA POR REGINA M. PEREIRA - 31 AGO 2011

Eu tenho no meu quintal
Uma linda e alta roseira
Dei a ela identidade
Pois quando triste estou
Tenho a felicidade
Dela florir para me consolar...

Eu tenho no meu quintal
Outras roseiras coloridas
Laranjas, grenás e rosadas
Mas essas mesmo amadas
Estão ali para enfeitar...

Eu tenho no meu quintal
Margaridinhas amarelas
Que estão na subida da casa
E quando chega a primavera
Enfeitam o meu caminhar...

Eu tenho no meu quintal
Uma pequena azaléia
Que floriu de tal maneira
Que as flores tomaram conta
E o pé fiquei a procurar...

Eu tenho no meu quintal
Orquídeas roxas, vermelhas
Amarelas, cada qual mais bela
Que suas flores encantam
Quem para elas olhar...

Eu tenho no meu quintal
Papoula, begônia e lírio
Gerânio, dália e beijo
Muita Maria sem vergonha
Que se espalha em todo lugar...

Eu tenho no meu quintal
Lindos pés de ipê
Que trocam todas as folhas
Por flores rosas e amarelas
Para meus olhos encantar...

Eu tenho no meu quintal
Além de flores e plantas
Muitas árvores frutíferas
Outras coisas plantadas
Pra colher e saborear...

Eu tenho no meu quintal
Uma frondosa mangueira
Que dá flores abundantemente
Mas a fruta raramente
Colho sem um inseto tocar...

Eu tenho no meu quintal
Alguns pés de limão galego
Um pé de laranja Bahia
Que dão frutos com fartura
E eu posso compartilhar...

Eu tenho no meu quintal
Um frondoso cajueiro
Que se esgueira pela entrada
Que faz sombra e graça
Para os meus amigos passar...

Eu tenho no meu quintal
Caju, cajá, carambola,
Amora, pitanga e acerola
Fruta azedinha e gostosa
Que adoro no pé apanhar...

Eu tenho no meu quintal
Bananeiras de vários tipos
Prata, d’água e maçã
Tem até banana figo
Que divido contigo se gostar...

Eu tenho no meu quintal
Goiaba branca e vermelha
Tem pinha,abacaxi e manga
E tem uma soqueira de cana
Pra sentar no chão e se esbaldar...

Eu tenho no meu quintal
Além de flores e folhagem
Frutas, guando e aipim
Tenho pássaros de todo tipo
Que habitam esse lugar !!!!


Regina M. Pereira
31/09/2011

20 de ago. de 2011

O pedido


Lá estava ela. Sentada no final da biblioteca, estudando. Matemática? Acho que sim.
Serena, atenciosa, demonstrava seu jeito meigo debaixo dos seus cachos negros, enfeitados com sua presilha brilhante.
Tão jeitosinha...!
Nada esperava... apenas entender aquela matéria.
Sua amiga, depois de achar o livro que queria, sentou-se na sua frente. No silêncio da biblioteca... Aliás, o barulho que havia ali era o das páginas dos livros e dos dedos da bibliotecária sobre o teclado do computador.
Até que chegou mais alguém naquele lugar...
Alguém, sem nenhum compromisso, que olhou para a adolescente dos cachos negros e para a sua amiga.
Olhou, normalmente, como você ou eu olharíamos.
E foi certeiro na caixa de livros de Literatura Juvenil.
Parecia decisivo, sabia o que queria, sabia que ali estava o livro certo, aquele livro, com aquela capa, com aquele nome.
E surpreendentemente, decisivamente, arrogantemente, mais com um amor... ah, que amor!
Será que era amor? Pareceu amor... Será que podemos enxergar o amor?
Ah, eu só de ouvir esta estória enxerguei, visualizei... e escrevo: o rapaz pôs o livro que pegou da caixa sobre o que a adolescente estava lendo.
O nome do livro? “Quer ficar comigo?”.
Os cachos negros se espantaram, de acordo com a batida do coração da adolescente...
Imagine: Matemática ser interrompida por uma atitude dessas?
A adolescente pasmou. Não sabia o que fazer.
Sorrir? Sair dali?
Tratar o rapaz de um jeito áspero e grosso? Retribuir o carinho dele?
O que fazer? O que fazer, diante dos olhos verdes daquele príncipe? Diante daquela situação?
Mas, ele se cansou de esperar a resposta...
E saiu dali dando gargalhadas...

Raquel de Abreu Souza